CARTOGRAFIA

Mapa antigo de 1627

As projeções cartográficas são técnicas propostas a representar um objeto esférico e com três dimensões – o globo terrestre – numa folha de papel plana e com duas dimensões. Consiste em um conjunto de linhas (paralelos e meridianos) que forma uma rede, sobre a qual são representados os dados de um mapa.

As projeções foram desenvolvidas de diferentes maneiras para possibilitar a representação da esfericidade da Terra num plano, cada uma priorizando  determinado aspecto da representação. Podem ser equivalentes (que valorizam o tamanho, prejudicando o formato das áreas), conformais (que sacrificam as proporções), afiláticas ou arbitrárias (que não respeitam nem área, nem forma, nem distâncias, e mesmo possibilitando uma representação mais precisa e organizada da superfície da Terra, podem causar distorções).

Quanto à superfície da projeção, podem ser: planas, cônicas ou cilíndricas.

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Cilíndricas: usadas para representar planisférios, os paralelos e os meridianos são projetados sobre um cilindro que é planificado. Os paralelos retos e horizontais e os meridianos retos e verticais formam ângulos retos. O principal problema é apresentar deformações nas áreas de altas latitudes. Porém, conservam as proporções das superfícies próximas do Equador. Nesse sistema, destacam-se as projeções de:

• Mercator (conforme) – não deforma os ângulos e as áreas do hemisfério norte ficam muito ampliadas. Desenvolveu a escola holandesa de cartografia e colocou a Europa no centro das atenções. As navegações, a conquista do novo mundo e o domínio sobre o caminho marítimo para as índias orientais consolidou a supremacia do continente europeu sobre o mundo conhecido. Foi o primeiro a utilizar a palavra Atlas, adotada da mitologia grega para se referir a uma coleção de mapas.

Projeção cilíndrica de Mercator

• Peters (equivalente) – distorce as formas, porém mantém a proporção das áreas. No século XX, o enfraquecimento político da Europa no pós guerra, o início do percurso que levou à formação dos países não alinhados e a emergência do terceiro mundo fizeram aparecer os países subdesenvolvidos do hemisfério sul, procurando discutir a desigualdade da distribuição mundial da riqueza. A projeção de Peters (início dos anos 70) demonstra essa preocupação: a reivindicação dos países pobres por melhor distribuição dos recursos mundiais.

A projeção de Peters

• Mollweide (equivalente elíptico) – a distorção das formas é melhor do que de Peters.

A Projeção de Mollweide sobre a Terra

• Plana, Azimutal – a área mapeada restringe-se ao centro de projeção. São elaboradas a partir de um plano tangente sobre a esfera terrestre. Meridianos e paralelos são projetados sobre um plano apoiado em um ponto que geralmente está no Equador ou nos pólos, mas pode aparecer em qualquer ponto da superfície terrestre. Pode ser: oblíqua, polar e equatorial. As deformações se acentuam à medida que se afasta do centro de projeção.

Projeção Azimutal Oblíqua

Projeção Azimutal Polar

• Cônica –  o globo terrestre é projetado em um cone tangente, que depois é planificado. São usadas principalmente para representar zonas temperadas, isto é, latitudes médias do globo terrestre. As deformações são maiores no equador, na base do cone, e nos pólos, no vértice do cone.

Projeção Cônica