FORÇAS DA NATUREZA

  • Tsunami ou Maremoto?

Do ponto de vista da linguagem, maremoto e tsunami são a mesma coisa, pois são palavras de origens diferentes utilizadas para designar o movimento forte e acelerado das águas dos oceanos. Maremoto vem do latim mare, que significa mar, e motus, que significa movimento. Tsunami vem do japonêsTsu, que quer dizer porto, enquanto nami é o mesmo que onda.

Entretanto, muitas pessoas, incluindo alguns especialistas da área, costumam utilizar a expressão “maremoto” para fazer referência a qualquer terremoto ou abalo sísmico que acontece nas áreas oceânicas e provoca a agitação das águas. Por outro lado, “tsunami” seria um termo para designar as ondas causadas pelos maremotos, principalmente quando elas atingem algum ponto da superfície, causando problemas para as cidades litorâneas.

O que distingue uma onda normal de um tsunami é a frequência. Enquanto uma onda normal apresenta uma frequência de alguns segundos, os tsunamis podem apresentar intervalos que variam de horas a até dias.

Outra característica importante é que o tsunami não apresenta uma onda isolada, mas uma sucessão de ondas gigantes que se propagam pelo oceano até encontrar uma barreira que as parem. O termo tsunami tornou-se conhecido no mundo todo quando ondas gigantes  atingiram a Indonésia no ano de 2004. O fenômeno foi gerado pelo movimento da placa Filipina e da placa Indo-Australiana, ocasionando um terremoto de 9 graus na escala Richter (escala criada para medir a intensidade dos terremotos e que vai de 2 a 9).

Ainda que outros tsunamis já tenham acontecido, os cientistas consideram o de 2004 como sem precedentes na história, pelo tamanho do seu poder de destruição. O primeiro registro que se tem de um tsunami data de 1692, em Port Royal, na Jamaica, atingindo cerca de 2/3 da cidade e deixando um número de mortos que pode ter chegado a 3.000 pessoas. Desde então, outros tsunamis ocorreram em diversas regiões do planeta, sendo que o mais famoso foi o tsunami de 2004 na Indonésia, que causou a morte de 36.000 pessoas.

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Devastação causada pelo tsunami de 2004 – Indonésia

  • Terremotos

Terremoto, também chamado de sismo, é um fenômeno geológico caracterizado por uma forte e rápida vibração da superfície terrestre. Um terremoto pode ter como causa o choque entre placas tectônicas subterrâneas, a erupção de um vulcão ou deslocamento de gases no interior do planeta Terra (situação mais rara). Em um  terremoto, ocorrem aberturas de falhas na superfície terrestre e deslizamentos de terras. Quando ocorrem no mar, podem provocar tsunamis (ondas marítimas gigantes).

A energia liberada por um terremoto é muito grande de energia, podendo provocar estragos e muita destruição quando atingem regiões habitadas. De acordo com sua intensidade (magnitude sísmica), pode ser classificado através da Escala Richter (de 0 a 9). Quanto mais alto o grau, mais forte é o terremoto. Terremotos que atingem grau 7 ou mais, com epicentro próximo à superfície terrestre, podem provocar danos catastróficos.

O Brasil não está localizado em região favorável a ocorrências de terremotos, pois não há vulcões em atividade em nosso território e não estamos sobre placas tectônicas. Mesmo assim, ocorrem terremotos de baixa intensidade (de 1 a 3 graus na Escala Richter), provocados principalmente pela acomodação de terra no subsolo.

A área do conhecimento que analisa os terremotos é chamada de sismologia.

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Terremoto ocorrido em 2008 na cidade de Sichuan/China

  • Nevascas

Nevasca é o nome dado a uma tempestade de neve, com queda de neve de forte intensidade e geralmente com ventos fortes. É produzida principalmente em zonas montanhosas, de altitudes elevadas ou altas latitudes. As nevascas acontecem quando a neve cai de uma forma mais seca, dificultando o derretimento e facilitando sua rápida acumulação.

De modo geral, considera-se nevasca uma condição meteorológica severa caracterizada por baixas temperaturas, com ventos de 56 Km/h ou mais, grande quantidade de neve e vento no ar, restringindo a visibilidade para apenas 400 metros ou menos, durando pelo menos três horas. Uma forte nevasca é caracterizada por temperaturas de -12,2 °C ou inferiores, ventos que excedem 72 Km/h e visibilidade reduzida a quase zero.

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Nevasca que atingiu os Estados Unidos em fevereiro de 2015 – foto de Massachusetts

  • Avalanche

Avalanche é o nome dado a um fenômeno que ocorre quando uma massa acumulada de neve repentinamente se movimenta de forma rápida e violenta e se precipita em direção ao vale. Durante a descida, essa massa transporta cada vez mais neve e pode arrastar pessoas, animais, árvores, rochas e construções. Uma avalanche pode atingir até 160 quilômetros por hora. Este deslocamento de massas de neve pode ser provocado por diversas causas, como a passagem de esquiadores, a ação de fortes ventos, propagação do som, entre outros.

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Imagem do início de uma avalanche

  • Tempestade de areia

Tempestades de areia são fenômenos comuns. Ocorrem em regiões muito secas e que possuem o solo carente de vegetação, como por exemplo os desertos, a região norte da China e a região das grandes planícies nos EUA. A intensidade dos ventos varia de acordo com a região, acarretando desde o que chamamos de levantamento de poeira até tempestades de areia propriamente ditas, com ventos que podem ultrapassar os 100 km/h.

As tempestades ou levantamento de poeira interferem na visibilidade em maior ou menor grau. Quando a visibilidade se reduz para 1,5 km a 10 km, diz-se que há formação de poeira. Quando esta é reduzida a menos de 1,5 km, diz-se que há formação de poeira densa ou tempestade.

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Tempestade de areia na cidade de Phoenix, no oeste dos Estados Unidos, ano de 2011

  • Erupções vulcânicas

Erupção vulcânica é um fenômeno da natureza, geralmente associado à liberação do magma de regiões profundas da Terra na superfície do planeta. As camadas de rochas formadas por erupções magmáticas são chamadas de “derrames”, pois a rocha espalha-se e solidifica-se na superfície do globo.

É importante destacar a diferença entre os elementos magma e lava, que são muitas vezes confundidos: o magma é o nome que se dá à rocha fundida localizada abaixo da superfície terrestre e que, no momento em que é expelida por um vulcão, dá origem à lava; já a lava é material geológico em fusão, composta por ferro e silicato de alumínio em estado líquido. Desta forma, a composição química de ambos e a quantidade de gás contido irá determinar a natureza da erupção vulcânica.

Existem oito tipos de erupção vulcânica, que se diferenciam na proporção, tipo de material expelido e na violência dessa expulsão.

1Erupção inicial – constituindo-se em caso raro, a erupção inicial ocorre onde nunca existiram vulcões, ou onde aqueles existentes há muito tempo não exibem qualquer atividade.

2Atividades explosivas – este processo caracteriza-se por expansão de gases no interior da câmara magmática, dando origem a explosões e consequentemente projetando fragmentos de lava, que frequentemente se solidificam no ar.

3Expulsão rítmica de cinzas – processo conhecido também como estrambolina, em referência ao vulcão Stromboli, na Sicília, Itália. Inicia-se com a emanação de vapores, seguido da expulsão de lavas, bem como de material fragmentado pela explosão consequente, projetando-os no espaço.

4Lagos de lavas – conhecido também como atividade do tipo havaiano. Um número limitado de casos se encaixa nesta categoria, sendo um deles exatamente o vulcão havaiano Kilauea, situado no monte Mauna Loa, a 4200 m de altura.

5Efusão lenta – processo encontrado nos vulcões italianos Etna e Vesúvio, sendo um estágio bastante comum de erupção vulcânica, latente na cultura popular como a clássica forma de erupção, onde a lava sai da cratera ou dos flancos, derramando-se lentamente em volta da montanha vulcânica.

6Formação de nuvens ardentes – este processo origina-se por meio da grande quantidade de gases que ficam na lava, sob uma grande pressão. O teto da montanha vulcânica acaba sendo rompido por meio da pressão exercida por estes gases. Rompido o teto, a pressão diminui, ocorre a explosão de lava e fragmentos incandescentes, além de gases superaquecidos.

7Erupção linear – a erupção linear ocorre em algumas regiões inferiores da crosta que estão sob grande tensão, podendo então originar largas fendas por onde o material vulcânico irá literalmente vazar. Processo comumente encontrado nos vulcões da Islândia.

8Erupção submarina – ocorre na região imersa do vulcão, como o próprio nome diz. Suas erupções dão origem a novas terras, que podem surgir da noite para o dia, como consequência desta atividade em particular.

Erupções vulcânicas que entraram para a História:

As piores erupções da História, que causaram maiores danos foram:

  • Nevado del Ruiz (Colômbia), 1985
  • Monte Pelée (Martinica), 1902
  • Krakatoa (Indonésia), 1883
  • Tambora (Indonésia), 1815
  • Monte Unzen (Japão), 1792
  • Vesúvio (Itália), 79
  • Tera (Santorini, Grécia), século XVII a.C.

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Vulcão Láscar, localizado no Deserto do Atacama, Chile, em erupção no ano de 1993

Sobre paztavares

Sou Formado em Geografia pela UVA e tenho amor pela disciplina.

Publicado em 21 de outubro de 2015, em Sem categoria e marcado como , , , . Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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