FENÔMENOS DA NATUREZA

Os fenômenos naturais são acontecimentos não artificiais, ou seja, que ocorrem sem a intervenção humana. Na linguagem popular, entretanto, dado o sentido comum do termo “fenômeno”, esta expressão refere-se, em geral, aos fenômenos naturais perigosos também designados como “desastres naturais”. Porém, destacamos alguns, entre eles pouco conhecidos.

  • Deriva Continental

A deriva continental refere-se de uma teoria aceita há poucas décadas que propõe o conceito de placas tectônicas que se movimentam, e dessa forma criam os relevos/continentes existentes no planeta.

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Teoria da Deriva Continental

  • Cachoeiras de sangue dos vales secos de McMurdo

Os Vales Secos de McMurdo, localizados dentro da região conhecida como terra de Victoria, a oeste do Estreito de McMurdo, na Antártida, é uma série de vales sem neve e considerado como um dos desertos mais extremos e inóspitos do planeta.

Esta região apresenta recursos muito interessantes, como o Lago Vida e o Rio Onyx, que é o rio mais extenso da Antártida. Apresenta água três vezes mais salgada que o a água dos oceanos, oriundo de um lago desprovido de qualquer forma de luz por milhões de anos. A cachoeira vermelha brilhante dos vales secos de McMurdo, na Antártica, é um dos mais incríveis fenômenos naturais na Terra.

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Cachoeiras de sangue dos vales secos de McMurdo – Antártida

  • Sol da meia-noite e noite polar

O Sol da meia-noite é um fenômeno natural que acontece entre os meses de verão em locais ao norte do Círculo Ártico e ao sul do Círculo Polar Antártico, quando o sol permanece visível na meia-noite local (e nas outras 24 horas do dia também).

Em torno do solstício (21 de Junho no norte e 22 de dezembro no sul) o sol é visível no total de 24 horas. O número de dias por ano com possível sol da meia noite aumenta quanto mais para um ou outro pólo o local está situado. Ainda que quase determinado pelos círculos polares, na prática o sol da meia-noite pode ser visto até 90 km fora do círculo polar.

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Registro do “sol da meia-noite” que ocorre no verão islandês, pelo fotógrafo norte-americano Joe Capra

O fenômeno oposto, a noite polar, ocorre no inverno, quando o sol permanece abaixo do horizonte durante todo o dia.

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Noite Polar – Norilsk, cidade russa, tem três meses sem o nascer do sol

Os países e populações afetadas pelo sol da meia noite são limitados aos que vivem próximo ao Círculo Polar Ártico, como por exemplo Canadá (Yukon, Territórios do Noroeste e Nunavut), Groelândia, Islândia, Finlândia, Sápmi, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos (Alaska).

Um quarto do território da Finlândia localiza-se ao norte do Círculo Polar Ártico. No ponto mais setentrional do país, o sol não se põe por 60 dias durante o verão. Em Svalbard, na Noruega, a região mais ao norte habitada da Europa, não há pôr do sol por volta de 19 abril até 23 agosto. Nos pólos extremos, o sol pode ser ininterruptamente visível pelo período de um semestre. Nos próprios pólos, o sol só nasce e se põe uma vez por ano.

  • Ijen  – vulcão com chamas azuis

Na Indonésia, há um vulcão que expele uma lava azul quando entra em erupção. Esta lava é rica em enxofre. O enxofre liquido é incendiado por mineiros e adquire a cor azul na chama. O complexo vulcânico Ijen pertence a um grupo de estratovulcões, no leste de Java. A caldeira maior, chamada de Ijen, possui cerca de 20 quilômetros de largura.

Durante o dia, o enxofre derretido que flui da cratera de Ijen parece vermelho, porém à noite ele se transforma, gerando explosões de até cinco metros, tornando as chamas azuis visíveis.

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Ijen  – o vulcão com lava azul da Indonésia

  • Lua Vermelha

Algumas vezes podemos olhar para o céu e nos depararmos com uma Lua vermelha. Existem algumas situações que podem causar uma lua vermelha. Entre elas, a causa mais comum ocorre quando a Lua está baixa no céu, logo após nascer, ou antes quando ela está prestes a se definir abaixo do horizonte. Assim como o Sol, a luz da Lua tem que “passar” por uma quantidade maior de atmosfera quando está em um ponto baixo perto do horizonte, se comparado quando está mais acima.

A atmosfera da Terra pode propagar a luz solar e, desde que o luar é apenas luz solar dispersa, a atmosfera pode propagar isso também. A luz vermelha pode passar através da atmosfera e não se dissipar muito, enquanto a luz na extremidade azul do espectro é mais facilmente dispersa. Quando nos deparamos com uma lua vermelha, estamos vendo a luz vermelha que não se dissipou, pois a luz azul e verde foram espalhadas para longe. É por essa razão que a Lua fica vermelha, ou melhor, é por isso que a observamos desta forma.

A segunda causa é se há algum tipo de partícula no ar. Um incêndio florestal ou erupção vulcânica pode encher o ar com partículas minúsculas que encobrem parcialmente a luz do sol e da lua. Mais uma vez, estas partículas tendem a dispersar a luz azul e verde, deixando ao mesmo tempo a luz vermelha atravessar mais facilmente. Quando vemos uma lua vermelha, no alto do céu, possivelmente é porque há uma grande quantidade de poeira no ar.

Existe ainda uma terceira causa para a Lua ficar vermelha, o fenômeno denominado eclipse total, quando a Terra fica entre o Sol e a Lua.

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O fenômeno acontece porque a luz do Sol será filtrada pela Terra antes de chegar à Lua

  • Kilauea – vulcão mais ativo do mundo

O Kilauea é um vulcão localizado nas ilhas havaianas, conhecido por ser o mais ativo dos cinco vulcões que formam a ilha do Havaí e também o mais ativo do mundo. Localizado ao longo da costa sul da ilha, o vulcão possui de 300.000 a 600.000 anos.

Em sua estrutura, o Kilauea tem uma grande caldeira formada muito recentemente em sua cúpula, além de duas zonas de rifte ativas com uma extensão de 125 km a leste e os outros 35 km a oeste, como uma linha de falha ativa de profundidade desconhecida que se move verticalmente a uma média de 2 a 20 mm ( 0,1-0,8 cm) por ano.

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Kilauea – Vulcão mais ativo do mundo

  • Aurora boreal e austral

Estes fenômenos ocorrem quando as partículas energéticas carregadas entram na atmosfera da Terra a partir dos ventos solares. Elas tendem a ser canalizadas para os pólos de força magnética, o que ocasiona a espiral em torno das linhas do campo magnético da terra.

Elas possuem energia suficiente para ionizar as moléculas de ar. Deste modo, um considerável número de átomos e moléculas são elevados para os estados estimulados. Quando fazem a transição de volta para seus estados fundamentais, emitem luz característica dos átomos e moléculas. A luz vermelha e verde emitida a partir de átomos de oxigênio é um componente da luz visto nos pólos. Quando o fenômeno ocorre  perto do pólo norte, o espetáculo de luzes é chamado de aurora boreal e, quando próximo do pólo sul, é chamado de aurora austral.

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Aurora boreal – Finlândia

  • Vulcões submarinos e aberturas vulcânicas

Vulcões submarinos e aberturas vulcânicas são características comuns em determinadas zonas do oceano. Muitos deles estão ativos e, na maioria das vezes, localizados em águas rasas. Sua presença é percebida através de jatos de vapor e detritos de rocha lançados acima da superfície do mar constantemente.

Outros, no entanto, se mantém a grandes profundidades e, em razão do peso da água sobre eles, são impedidos da formação e libertação explosiva dos vapores e gases, mesmo quando em proporções muito elevadas. Em águas profundas, sua erupções não atingem a superfície devido à pressão do oceano.

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Vulcões submarinos próximos à superfície

  • Furacão – ciclone tropical

Os furacões são as mais violentas tempestades que ocorrem na Terra. As pessoas chamam essas tempestades por outros nomes, tais como tufões, tornados ou ciclones, dependendo de onde o furacão esteja sendo formado. O termo científico para todas estas tempestades é ciclone tropical. Porém, dependendo de sua localização geográfica e de sua intensidade, os ciclones tropicais podem ganhar várias outras denominações, tais como furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade ciclônica, depressão tropical ou simplesmente ciclone.

Muitos ciclones tropicais formam-se quando as condições atmosféricas em torno de uma perturbação fraca na atmosfera são favoráveis. Ocorrem onde o ar quente e úmido sobe para altas camadas da atmosfera, e o ar frio e seco desce novamente para superfície, causando a diminuição da pressão atmosférica na superfície.

O ciclone tropical funciona como um grande “aspirador”, sugando o ar da superfície e expulsando-o em altas altitudes.

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Furacão Katrina durante seu pico de intensidade, em 28 de agosto de 2005 / EUA

Existe uma escala baseada na velocidade dos ventos para medir as categorias de um ciclone. A medida é de 1 a 5, sendo que 5 é o mais devastador.

Categoria Ventos em mph Ventos em km/h Altura / m Pressão / hPa
Tempestade Tropical 35–73 56–117
1 74–95 119–153 1,2–1,6 Maior que 980
2 96–110 154–177 1,7–2,5 965–979
3 111–130 178–210 2,6–3,8 945–964
4 131–155 211–249 3,9–5,5 920–944
5 Mais que 155 Mais que 249 Mais que 5,5 Menor que 920

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Nova Orleans (Louisiana, região Sul dos EUA) após a passagem do furacão Katrina

  • Raios, relâmpagos e trovões

Raio é uma descarga elétrica de grande intensidade que ocorre na atmosfera, entre regiões eletricamente carregadas, e pode dar-se tanto no interior de uma nuvem, como entre nuvens ou entre nuvem e terra. O raio vem sempre acompanhado do relâmpago (intensa emissão de radiação eletromagnética também visível) e do trovão (estrondo).

A diferença básica entre relâmpagos e raios consiste no fato de que o termo relâmpago é usado para designar qualquer descarga elétrica atmosférica (como uma descarga entre uma nuvem e outra, por exemplo), enquanto um raio é uma descarga que ocorre entre a nuvem e o solo. Por isso, pode-se dizer que todo o raio é um relâmpago, mas nem todo o relâmpago é um raio.

Trovão é o barulho ou estrondo causado quando a descarga elétrica atinge o solo. O trovão em si, apesar de amedrontar, não causa nenhum dano às pessoas. É claro que se a pessoa estiver muito próxima, 10 a 20 metros do local de queda do raio, a onda de ar que se propaga e causa o trovão pode arremessar a vítima contra a um objeto, como uma árvore ou uma parede, e também causar alguns danos à audição. A mesma onda de ar pode quebrar vidros e outras superfícies sensíveis.

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Raios fotografados em Toronto, no Canadá

Sobre paztavares

Sou Formado em Geografia pela UVA e tenho amor pela disciplina.

Publicado em 21 de outubro de 2015, em Sem categoria e marcado como , , , , , , , , . Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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